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30 super dicas sobre o Marrocos para uma viagem perfeita

30 super dicas sobre o Marrocos para uma viagem perfeita

Marrocos

Confira 30 super dicas sobre o Marrocos testadas e aprovadas. História, cultura, fácil acesso e excelente custo benefício fazem do Marrocos um destino dos sonhos para muitos. O choque cultural e o encanto são imediatos. Planejar uma viagem para lá é fácil, apenas requer alguns cuidados.

Aspectos gerais

O Marrocos é um país muçulmano no norte da África com quase 34 milhões de habitantes[1]. Os marroquinos são tolerantes e mais permissíveis que outros países muçulmanos. Em termos de tolerância ficam apenas atrás da Albânia, Indonésia, Turquia, Malásia e Líbano.

Rabat é a capital; Casablanca o hub econômico, a maior e mais populosa cidade do país; enquanto Marraquexe, Fez e Méknes as cidades com maior acervo histórico e cultural. Tanger é o terceiro porto mais movimentado da África e a porta de entrada para o país para os que vêm da Europa.

O Marrocos está 4 horas a frente do Brasil (GMT 0). O país também tem horário de verão e geralmente inicia no final de março e se estende até outubro.

Seu território é cortado por quatro cadeias de montanha (Alto Atlas, Médio Atlas, Anti Atlas e Rif), criando três regiões bem distintas: costa, montanhas e deserto.

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A língua oficial é o árabe e o berber. O francês é amplamente difundido devido seu passado colonial, assim como o espanhol no norte do país e o inglês como língua do turismo.

É um país fácil de ser percorrido. Sua costa equivale a distância entre São Paulo e Salvador. Porém, a maioria dos turistas percorre uma distância equivalente entre São Paulo e Belo Horizonte.

Visto

Brasileiros visitando o país por até 90 dias estão isentos de visto. Tem passaporte de outro país? Confira aqui se há necessidade de visto.

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Vacinas

Não há nenhuma vacina obrigatória para entrar no país.

Entretanto, como sugestão para qualquer viagem esteja em dia com suas vacinas. Tome a vacina da gripe todos os anos, vacine-se contra as hepatites e tétano.

Voltagem e tomada

A corrente elétrica do país é de 220v. Se você vem de algum lugar 110v e está trazendo algum eletrônico não bivolt traga um transformador consigo.

A tomada por lá é do tipo C e E.

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Compre um adaptador e nunca mais se preocupe com tomadas nas suas viagens.

Alta e baixa temporada

Como o país tem três regiões bem distintas, você pode frequenta-lo durante o ano todo. Entretanto, visitar o Marrocos durante o verão pode ser quente demais e inviabilizar o acesso a certas regiões.

Outono, inverno e primavera (de novembro a abril) são as melhor estações para se visitar o país.

O período entre dezembro e janeiro tem o clima mais seco e frio, coincidindo com a alta temporada, Natal e Ano Novo.

Abril, maio e outubro correspondem à média temporada. Menor fluxo, melhores custos e clima agradável.

De junho a setembro é a baixa temporada fora da costa. O calor intenso dificulta e pode até impossibilitar viagens para o deserto. Entretanto, é a alta temporada no litoral. É neste período também que é celebrado o Ramadã (a principal celebração do calendário islão e um dos pilares da religião).

Que língua falar

O Marrocos foi o primeiro lugar em que eu realmente senti uma fluidez incrível na linguagem. Uma grande mistura de línguas diferentes e inteligíveis aos marroquinos. Todos se entendem e falam diversas línguas.

O árabe e o berber são as línguas oficiais do país, mas há também grande permeabilidade do francês, espanhol (no norte) e o inglês como nova língua global.

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Se você precisar aprender/melhorar algum idioma para usar no Marrocos opte pelo francês e depois o inglês.

Onde se hospedar

Uma das mais bacanas dicas sobre o Marrocos é a hospedagem. Aproveite o baixo custo para ficar em lugares mais legais e ricos em história. Busque cidades ainda fora do roteiro turístico e na média estação para preços ainda melhores.

Durante a viagem, pude experimentar sensações diferentes. Hospedei-me em palacetes de barro (kasbahs) com 400 anos; dormi em tendas no deserto; e fiquei em casas tradicionais marroquinas (riad) dentro das medinas, todas com mais de 300 anos.

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Como achar estes lugares? Se você quiser se hospedar nos mesmos lugares que fiquei acesse os sites dos hotéis no post Expedição Marrocos. Em paralelo, você pode procurar hotéis legais no Booking.

Negocie o preço de tudo

Tudo é negociável e os marroquinos são vendedores natos.

A negociação é um traço cultural que deve ser respeitado e praticado. Os marroquinos consideram desrespeitoso aceitar o preço de imediato.

Leia o post como negociar em países muçulmanos, aprenda a barganhar como um marroquino e consiga o melhor preço sempre!

Negocie o preço do taxi

O serviço de taxi não é exceção. Antes de entrar negocie a tarifa. Se estiver em mais pessoas, certifique-se de combinar a tarifa total para o trajeto.

Há cidades em que os taxímetros são ligados. Se esse for o caso, certifique-se que ele esteja zerado e rodando assim que você embarcar.

Como se locomover pelo país?

Se chegar de avião no Marrocos provavelmente vai entrar por Casablanca, Marraquexe, Tanger, Agadir ou Fez. Se vier de carro ou balsa vai chegar por Tanger.

Voar dentro do Marrocos não é tão barato tampouco prático. A sugestão é apostar no transporte ferroviário e rodoviário.

O país tem uma ótima malha ferroviária que conecta bem o eixo central do país (de Marraquexe a Tanger). Consulte o site da ONCF para mais informações de rotas, horários e tarifas. Para as demais localidades há duas grandes companhias de ônibus que interligam o país todo: Supratours e CTM.

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Supratours é a cia de ônibus estatal integrada às rotas de trem da ONCF. Há trechos que você pode comprar a passagem e terá que fazer a integração de trem para ônibus ou vice versa.

Importante notar que cada companhia de ônibus tem sua rodoviária. Se for viajar de ônibus, descubra onde é a rodoviária da cia que você comprou a passagem.

Você pode se locomover de grand taxi entre as cidades (carros geralmente antigos, compartilhados em até seis pessoas além do motorista). E também, alugar um carro e percorrer o país ou contratar motorista particular. Percorri o deserto de Erg Chigaga com a Wild Morocco e foi incrível!

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Fique de olho nos golpes

– Alexandre, mas eu não vou ser enganado. Sou brasileiro!
– Ahhh vai vendo…

As chances de você ser enganado de algum jeito são grandes. Você é o turista. Há esquema para tudo no Marrocos. Desde o taxi para sair do aeroporto até o simples fato de pedir informação na rua e ter que pagar por isso.

Isso é para desencorajar? Em hipótese alguma. Apenas saiba que as chances de passar por isso são grandes. Conforme-se e aceite. Faz parte da experiência tanto quanto aprender a negociar.

A linha que separa a genuína hospitalidade marroquina do tirar vantagem é muito tênue, principalmente nas grandes cidades. Lembre-se que o Marrocos é um país em desenvolvimento com baixa taxa de alfabetização e falta de emprego para uma multidão de jovens sem qualificação alguma. É comum ver muitas pessoas desocupadas pelas ruas da medina apenas esperando turistas para aplicar algum golpe.

Divido com você alguns golpes que já li sobre e inclusive alguns que caí:

Taxi: tarifa dobrada e destino errado

Para os visitantes de primeira viagem esse é um golpe quase inevitável. Os taxis que partem do aeroporto automaticamente cobram o dobro para levar você à medina.

E claro, quando chegam à medina deixam você num portão diferente do informado. Obrigando você – carregado de malas – a aceitar a ajuda das pessoas que também cobrarão pelo serviço. Você já chega se sentindo duplamente enganado.

Sugestão: negocie o transfer com o seu hotel. O preço é menor e você é entregue na porta do hotel.

Se já souber navegar pela medina (segunda viagem em diante), saia do aeroporto, caminhe para a avenida principal e negocie preço com os taxis que por ali passam. Você consegue pagar a metade do preço e a garantia de parar onde solicitou.

Praça Jemaa El Fna

A principal praça de Marrakech oferece um leque de golpes para você cair. Guias falsos; senhoras que pegam nas mãos das turistas sem o consentimento, fazem tatuagens de henna e cobram altos valores por isso; pessoas que sorriem para fotos e depois tentam cobrar altos valores; produtos inflacionados e de baixa qualidade; batedores de carteira; adestradores de macaco e encantadores de cobra que colocam o animal em você e pedem dinheiro para tira-lo; entre outros.

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A praça em si é interessante e plural. Locais também a frequentam. Apenas esteja ciente do que acontece por lá. Turistas são alvo fácil.

Em grandes cidades, generosidade tem custo

Pedir por informação ou para que direção seguir dentro da medina tem um custo. Por mais simples que seja a pergunta que você faça vão lhe pedir algo em troca. Leia logo abaixo uma situação bem desconfortável que passei mesmo estando avisado.

Escolha bem seu guia

O que tem de gente nas ruas oferecendo para ser o seu guia durante o dia é impressionante. Opções não faltam. Porém, saiba que muitas pessoas não são guias regulamentados e sim oportunistas.

Os guias no Marrocos são licenciados e precisam de certificado para exercerem a profissão.

Você pode contratar o serviço de qualquer pessoa que ofereça, mas não é garantia de que o serviço será bem prestado, de que você não será levado a restaurantes e lojas combinadas para comprar alguma coisa. E ainda, podem deixar você perdido no meio da medina aos encargos de outro para cobrarem algo a mais para enfim retornar ao hotel.

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Converse com o seu anfitrião e peça por sugestões de guias licenciados. Ou arrisque-se numa experiência que o barato pode sair caro.

Fique longe de estranhos oferecendo tours

Seja pela medina, seja para o deserto com certeza você será abordado na rua por alguém oferecendo tours.

Cuidado! As chances de isso ser uma roubada são grandes.

Se quiser fazer algum passeio, converse com o seu hotel ou ache alguma agência com reputação para iniciar a conversa. De fato, garanta um passeio de qualidade.

Quer um exemplo de roubada que me meti mesmo avisado? – estou falando, é difícil não cair num golpe.

Antes de embarcar para o Marrocos havia lido sobre os curtumes de Marraquexe. Ficam no nordeste da medina, numa região feia, sem atrativo algum. Várias pessoas alertaram sobre os falsos tours para lá. Estava ciente do golpe, mas claro, despreparado para a astúcia marroquina.

Logo no primeiro dia havia pegado a dica de um restaurante pequeno que servia apenas cuscuz. A comida era deliciosa e a cozinheira falava apenas árabe. O filho da cozinheira se mostrou muito solícito e confiável e ao final da refeição – que certamente pagamos mais caro que um marroquino – havia dito que o seu irmão de coração podia nos levar para conhecer a feira berber que reunia os nômades para trocar couro que acontecia todo final de semana.

Hesitamos e lembramos do golpe. Contudo, ele nos garantiu que não era roubada e que realmente poderia nos levar para lá sem cobrar nada por isso. Andamos bastante até perdermos por completo a referência de onde estávamos.

Eis que chegamos numa esquina com um cheiro muito forte de amônia e carne podre, um senhor sai da porta com ramos de hortelã sinalizando para que os colocássemos em frente ao nariz. Havíamos chegada ao decadente curtume. Olhei para trás e não encontrei o “irmão de coração” do filho da cozinheira. Recusamos a visita, demos meia volta e fomos expulsos aos berros de lá.

Estávamos perdidos numa parte horrorosa da medina, com muita gente olhando atravessado. Olhares hostis nos encaravam por todos os lados. Pessoas nitidamente mal intencionadas se ofereciam para ajudar e mesmo recusando e seguindo o nosso caminho, um jovem insistia em andar na nossa frente como se estivesse nos guiando.

Assim que vi uma placa apontando para a praça Jemaa al Fna disse que sabia onde estava indo. Ele pediu dinheiro pela informação e por ter sido nosso guia – que informação? Que visita guiada? Não contratei serviço algum, ele que foi andando na nossa frente. O rapaz ficou agressivo e insistia que déssemos alguma coisa, caso contrário faria algo com a gente.

Apressamos o passo, seguros de que sabíamos onde estávamos – sem sequer saber onde estávamos – e repetindo que não daríamos nada a ele. Ele ameaçou ser violento e berrei em francês que não daria um centavo para ele. Disse que era brasileiro e sabia bem o que era violência e como ser violento. Peguei o tripé nas mãos enquanto ele me olhava furioso pedindo dinheiro e ameacei bater nele.

Enfim, fomos deixados em paz. Quem me conhece sabe que não mato nem formiga. Saí tremendo e possesso de raiva querendo afundar o tripé na cabaça do rapaz.

Que experiência ruim logo no primeiro dia. Éramos dois homens. Não consegui deixar de pensar sobre as mulheres que viajam sozinhas passando por algo parecido, ou ainda pior.

Depois senti pena do rapaz. Um jovem sem estudo, sem trabalho. O que será que ele espera da vida?

Mulheres no Marrocos

Não sou um porta voz de situações exclusivamente femininas, tampouco passei por alguma forma de assédio. Contudo, importo-me com a situação de vocês mulheres e sei que muita coisa ainda precisa melhorar no mundo para que todas se sintam seguras viajando sozinhas.

O Marrocos tem uma baixa taxa de alfabetização e moderada influência religiosa, gerando natural desinformação e repressão sexual. Leve em consideração a voz da mulher na sociedade marroquina, o machismo e o natural instinto sexual que todo ser humano tem – ainda mais quando reprimido. À equação, acrescente a imagem da mulher ocidental fácil e liberal – de acordo com o imaginário local.

Mulheres, seja pelo seu cabelo, seja pela sua pele, seja pela sua roupa, seja pela sua postura social vocês chamam atenção no Marrocos.

Não presenciei nenhum comportamento estranho por ser homem. Porém, li relatos de grande desconforto vivenciados por mulheres. Homens com olhares extremamente lascivos e desrespeitosos, assédio moral e sexual.

Vistam-se com mais conservadorismo para evitar abordagens indesejadas e sejam firmes.

Vista-se adequadamente

Apesar do Marrocos ser um país muçulmano, há um relaxamento com os turistas. Entretanto, é dever básico de qualquer viajante aprender a respeitar a cultura local.

Homens podem se vestir como quiserem, apenas atentando à bermuda ao visitar mesquitas.

Mulheres, infelizmente há assédio e a vestimenta contribui e muito para que isso aconteça. Opte por calças e camisetas sem decote. Leve sempre consigo um xale para quando necessário.

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E vestir-se adequadamente não se refere apenas às diferenças culturais. O Marrocos é cortado por quatro cadeias de montanha que resultam em climas bem diferentes.

Mesmo durante o verão a temperatura pode cair bastante durante a noite nas regiões montanhosas e desérticas. Esteja preparado.

Visitando mesquitas

Provavelmente você vai querer conhecer alguma mesquita quando estiver no Marrocos.

Saiba que é proibido a entrada e não-muçulmanos nas mesquitas. Porém, há duas também abertas aos ocidentais: a grande mesquita de Hassan II em Casablanca; e a mesquita e madraça Bou Inania em Fez (fora do horário de reza).

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Homens não podem entrar de bermuda. Mulheres precisam cobrir a cabeça, pulsos e tornozelos.

Costumes que se não respeitados podem gerar problemas

Você pode não concordar com tudo, mas uma vez inserido no contexto respeite.

Mostrar a sola dos pés em países muçulmanos é rude

O pé, principalmente a sola, é considerado sujo. É por isso que os muçulmanos tiram os calçados para entrar em casa e na mesquita – para entrar na mesquita eles inclusive lavam os pés!. Sabendo disso durante a viagem prestei atenção nos marroquinos e nenhum deles cruzou a perna como fazemos nos ocidente, mostrando a sola dos pés.

Mostrar a sola propositalmente ou atirar um sapato – lembram das sapatada no Bush ou na estátua de Saddan Houssein? – é um insulto grave. Algo equivalente a bravejar “filho da p***” apontando os dedos do meio.

Não use a mão esquerda para comer ou cumprimentar

Canhotos, atenção!

A mão esquerda é considerada a mão da higiene pessoal, e por isso suja. Use a mão direita para comer, cumprimentar e realizar demais tarefas diárias.

Não demonstre riqueza no dia a dia

Apesar de associarmos riqueza e suntuosidade ao estereótipo da cultura do Oriente Médio, saiba que o dia a dia no Marrocos não é assim. Dentro das medinas as pessoas se vestem de maneira modesta e não ostensiva.

Vestimentas longas e casas completamente voltadas para dentro refletem uma cultura de valorização da riqueza interior e para a família.

As chances de você ficar hospedado na medina e frequentá-la são maiores do que visitar a nouvelle ville (cidade nova). A medina é um lugar com muita gente simples e infelizmente muitos desempregados a vagar pelas ruas.

Quanto mais você demonstra ter, maiores são as chances de cair num golpe ou ser furtado por um batedor de carteira. Seja sensível com o contexto no qual está inserido.

Seja ainda mais empático ao viajar durante o Ramadã

O Ramadã é um dos pilares do islamismo e de extrema importância para a vida social dos países muçulmanos. Coincide com o nono mês do calendário lunar islão (a data muda anualmente). Durante o mês o jejum e a abstenção de relações sexuais são obrigatórios a todos os muçulmanos que  já tenham atingido a puberdade. É um tempo de renovação da fé, da prática mais intensa da caridade e vivência profunda dos valores da vida familiar. Neste período pede-se maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, freqüência à mesquita e correção pessoal.

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O jejum vai do nascer ao pôr do sol. Vista-se ainda com mais conservadorismo e evite comer na frente dos locais. É extremamente rude consumir alimento na frente das pessoas em jejum.

Cuidado com bolsas e mochilas

Batedores de carteira e furtos não são raros pelas ruas da medina.

Nas minhas primeiras horas em Marraquexe tive um dos bolsos da mochila aberto e vasculhado sem perceber. Por sorte não havia nada dentro.

Mantenha o seu passaporte sempre consigo e bem protegido. Caso seja extraviado, roubado ou furtado acesse a página da Embaixada do Brasil em Rabat para maiores informações. No Portal Consular também acusa a existência de um consulado honorário do Brasil em Marraquexe.

Onde comer?

O ato de comer no Marrocos é sagrado. As famílias se reunem para juntas partilharem a refeição. A comida no país é relativamente barata e farta. As porções são feitas para compartilhar. Isso é um traço cultural.

Porções pequenas e quase do mesmo preço que pagamos nas cidades brasileiras para comida marroquina é sinônimo de que você esta sendo enganado.

Outro traço cultural é a alimentação dentro de casa. Para qualquer marroquino que você perguntar qual a melhor comida ele vai responder a da própria casa. Comer fora é sinônimo de uma comida inferior em qualidade e preço.

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O Marrocos é um país em desenvolvimento e os moradores da medina em sua esmagadora maioria não têm muito dinheiro. Assim sendo, almoçam em casa pela qualidade, praticidade e preço.

Isso não quer dizer que não há bons e tradicionais restaurantes espalhados pela medina.

Pergunte aos locais pelos seus restaurantes favoritos quando buscam comer algo fora de casa. Lugares que eles realmente frequentam. Restaurantes realmente gostosos serão pequenos, simples, fartos e frequentados em sua maioria por locais.

Desconfie de restaurantes cheio de pompa, cardápio em inglês e selo do Trip Advisor dentro da medina. Esse modelo não condiz com a realidade das pessoas que moram ali.

Ah, e claro… achou um cantinho maravilhoso para comer cheio de locais? Não se esqueça que ainda assim a chance de você receber um menu em inglês com preços diferenciados é grande!

O melhor restaurante que comi durante toda a viagem foi em Fez. Quem recomendou foi o chef Vincent Bonnin do riad Dar Roumana, onde fiquei alguns dias. O restaurante Família Barrade é tradicional e frequentado majoritariamente por locais. O ambiente é extremamente simples, a comida é saborosa, farta e barata. E a fumaça dos kebabs defuma todo mundo lá dentro. Puro amor!

dicas sobre o Marrocos

Fica num cruzamento entre duas ruelas entre o mercado de carnes e o mercado de hortaliças. Vincent compra a maioria dos seus ingredientes ali.dicas sobre o Marrocos

Cuidados com a água e a higienização dos alimentos

Li vários relatos de intoxicação alimentar enquanto estava planejando a viagem para o Marrocos.

Quem chega no país vai se deparar com um padrão de higiene bem diferente do que está habituado. Não vou entrar em detalhes, mas a chance de passar mal é grande.

Coma frutas sem casca, alimentos cozidos e beba água engarrafada. Alguns sites inclusive orientam que se escove os dentes com água engarrafada e a não fazer bochecho com água do chuveiro.

Arrisquei e fiz quase tudo ao contrário. Por sorte nada me aconteceu. Confesso ter momentos em que pensei “é hoje…”

Remédio para segurar o intestino

Conhece/usa algum remédio que ajuda a segurar o intestino e controlar o enjoo? Leve consigo.

A intoxicação alimentar não tem hora para bater, e quando bate vem como um knockout. Fica difícil encontrar disposição para sair a procura de uma farmácia.

Além do remédio, tenha sempre papel higiênico em mãos.

Leve papel higiênico consigo

Dica preciosa! Vai cruzar o país e frequentar tudo que é tipo de banheiro? Já aviso que à exceção dos hotéis, a maioria dos banheiros é de latrina.

dicas sobre o Marrocos

A chance de você encontrar papel higiênico num banheiro público ou de parada de ônibus é inversamente proporcional ao de você cair num golpe. Ou seja, grande.

Já imaginou o combo intoxicação alimentar + banheiro de latrina sem papel higiênico?

Tenha sempre consigo um rolo ou maximize as chances um desfecho sem final feliz.

Consumo de álcool

A bebida nacional e onipresente é o chá com menta e como em qualquer país muçulmano o consumo do álcool é proibido. Porém algo interessante acontece por lá e eu preciso dividir isso com você.

Curioso com o sabor do chá? Aprenda a fazer o chá marroquino!

O Marrocos é um país em rápido desenvolvimento, religiosamente mais tolerante e permissivo, tem um passado colonial recente, grande volume de troca com os países europeus e busca transformar o turismo numa grande fatia da sua economia.

O governo autoriza a produção de bebidas alcóolicas, mas proíbe o consumo de álcool pelos marroquinos. Entretanto, turistas conseguem comprar bebidas em restaurantes, supermercados autorizados e hotéis.

A produção de vinho era muito prolífera na época em que o Marrocos foi colônia francesa. A proximidade com o país e as condições ideias de cultivo fizeram do vinho marroquino um produto com baixo custo de produção, alta qualidade e de fácil transporte.

Com a independência em 1956, a produção de vinho caiu drasticamente. E foi só da década de 90 que o Marrocos retomou a produção com foco na exportação. Investidores franceses demarcaram e nomearam cinco regiões de denominação controlada para produzir seus vinhos.

A região ao redor de Méknes é responsável por 85% da produção do vinho marroquino e é também palco de um festival para a bebida. Ironicamente, região é considerada o berço do Islã no Marrocos e Méknes é uma cidade conservadora e religiosa.

Três quartos dos vinhos produzidos são tintos. Carignan, Cinsaut, Alicante e Grenache são as uvas mais usadas. Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah também são cultivadas. Para os vinhos brancos, Clairette blanche e Moscatel são as mais usadas. Chardonnay, Chenin blanc e Sauvignon blanc também são cultivadas, porém em menor quantidade.

No dia a dia foque na cultura sem álcool e frequente restaurantes locais. Viva experiências que só podem ser vividas lá.

Claro, quando tiver a oportunidade experimente o vinho marroquino. Tomei duas vezes em contextos específicos e trouxe seis vinhos para casa. Todos excelentes.

Esteja ciente que a presença de bebida alcóolica é um indício total de que o lugar é feito para o turista.

Como fotografar pessoas no Marrocos

Caminhar pelas medinas é voltar no tempo. Os marroquinos despertam grande curiosidade dos turistas e eles sabem disso.

Se você fotografá-los sem pedir autorização, provavelmente ficarão irritados e pedirão dinheiro pela foto. Se você pedir autorização também exigirão dinheiro em troca.

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Se quiser fotografar as pessoas com mais espontaneidade sem precisar pagar, use uma teleobjetiva, posicione-se em algum lugar e fotografe sem ser notado.

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Cuidado com fotografia de mulheres e crianças. Existe a crença de que a fotografia rouba parte da alma das pessoas. Não estranhe se alguma mulher ficar realmente irritada com você. Uma senhora atirou uma pedra em mim no interior do país, e sorte a minha que ela errou.

O que comprar

O país imprime muita personalidade em tudo que faz. O marroquino além de orgulhoso de suas raizes é muito habilidoso com as artes manuais. É impressionante caminhar pelo souk (mercado) e encontrar tanta coisa bacana e realmente útil.dicas sobre o Marrocosdicas sobre o Marrocos

Diferente de muitos destinos onde a maioria dos cacarecos industrializados são feitos em outro país, no Marrocos os itens em sua esmagadora maioria são feitos de marroquinos e para marroquinos.

Roupas tradicionais, trancas para portas, luminárias, utensílios domésticos, tapetes, almofadas, cerâmica e antiguidades são alguns exemplos dos inúmeros itens disponíveis.

dicas sobre o Marrocos

Compramos coisas bem legais, como um bule antigo com mais de 50 anos num mercado nômade em Tinghir, colheres tradicionais feitas com galhos de laranjeira, tapetes berberes feitos em cooperativas no interior do país, chinelo de couro tradicional de Fez e as tradicionais cerâmica de Tamagroute.

Dinheiro ou cartão?

O Marrocos ainda é uma sociedade que usa bastante o dinheiro. Compras na medina, restaurantes, gorjetas e pagamentos para guias e pessoas nas ruas são todos feitos com dinheiro.

Tenha sempre cédulas e moedas consigo.

Cartões são aceitos em ambientes bem ocidentalizados e hotéis.

Onde trocar dinheiro?

Há casa de câmbio nos aeroportos, estações de trem, dentro das medinas e na parte nova da cidade. Peça a indicação para o hotel que você está ficando ou para um guia de confiança.

Troque um pouco dentro do aeroporto para os primeiros gastos e ache uma boa casa de câmbio na cidade.

Gorjeta

Culturalmente marroquinos não dão gorjeta, apenas arredondam a conta ou dão algumas moedas. Entretanto, a prática da gorjeta tomou força com o turismo.

Há restaurantes que acrescentam 10% à sua conta. Fique atento pois não é um serviço obrigatório.

Se achar que o atendimento foi ótimo e quiser agradecer arredonde a conta ou dê entre 10 e 20 dirhams.

Conversão de dirham para reais

A maneira mais prática que achei para converter dirhams em reais foi convertendo o valor em dirhams para dólares e depois para reais. Corte o último zero do valor em dirhams e multiplique pela cotação do dólar.

10 dirhams = 1 dólar ou 0,93 euros.

Telefonia móvel e internet

A telefonia móvel é boa e barata no país. Uma das melhores dicas sobre o Marrocos é comprar um plano pré-pago simples, com alguns minutos e pacote de dados.

Você vai me agradecer ao ligar o Google maps no meio da medina e saber para que direção caminhar sem ter que pedir informação, ou pagar para alguém te tirar de lá.

Há três grandes operadoras de telefonia móvel no país: Maroc Telecom, Inwi e Orange (antiga Méditel). De acordo com os locais a Maroc Telecom é a melhor dentre as três, e foi a operadora que optei.

Comprei um chip (pacote de dados de 5GB e 30 minutos de ligação válidos por um mês) por míseros USD 5,00 e tive internet disponível durante toda a viagem.

Uma ótima dica é enviar um email para o seu hotel e perguntar qual das operadoras está prestando o melhor serviço no momento e se há algum quiosque da operadora no aeroporto da cidade que você vai chegar. Caso não esteja disponível no aeroporto, peça a sugestão de alguma loja autorizada para comprar seu chip pré-pago. Vale relembrar: antes de embarcar no taxi para comprar seu chip negocie o preço da corrida.

Quanto ao wifi, qualquer café turístico tem acesso liberado e todos os hotéis dispõem de boa internet.

Bonus

Medina e cidade nova (nouvelle ville)

Dentre tantas dicas sobre o Marrocos, esta última é para não levar para casa apenas a imagem estereotipada associando a vida da medina como a imagem da cidade como um todo.

Qualquer pessoa que visite o Marrocos tem a imagem romantizada das casas centenárias todas geminadas, dos souks (mercados), das vielas e de qualquer outra coisa relacionada ao estereótipo do Oriente Médio.

dicas sobre o Marrocos

Chega um ponto da viagem em que você começa a se questionar: “as pessoas não têm carro? Onde as pessoas com maior poder aquisitivo vivem? Onde estão os hospitais? Onde estão os bancos? Por que há muitos riads e hotéis na medina geridos por estrangeiros? Onde ficam os outros serviços e repartições públicas? Onde está a parte ocidentalizada do país que já foi colônia francesa?”

dicas sobre o Marrocos

A medina é a parte histórica onde por muito tempo tudo aconteceu. Contudo, tem suas limitações infraestruturais. Faltam boas escolas; hospitais; serviços além do comércio, restaurante e hotelaria; transporte público e demais facilidades do mundo globalizado.

O Marrocos tem uma telefonia móvel mais permeável e acessível que a do Brasil – pasme! Os marroquinos são super conectados a internet. As pessoas com maiores condições financeiras também almejam casas próprias com fácil acesso. Some a essa realidade o passado colonial – o Marrocos já foi colônia francesa e o norte do país já foi colônia espanhola.

A medina é a parte mais antiga que optamos por visitar. É onde as pessoas mais simples vivem há gerações e não saem por apego ou por falta de condições. Fica óbvia a linha de raciocínio do porquê a medina ser mágica como é e por que desprezamos a parte nova da cidade.

Você não necessariamente precisa visitar a cidade nova, mas tenha consciência que ela existe.

Você sabia que os marroquinos quando viajam dentro do próprio país optam por destinos diferentes dos destinos escolhidos por nós? Quando viajam frequentam mais as cidades novas do que a medina.

Gostou das dicas sobre o Marrocos? Não se esqueça de conferir o post Expedição Marrocos, onde centralizei todos os posts já publicados sobre o país. É um ótimo norte para a sua viagem.

Boa viagem!

Salve e leia depoisdicas do marrocos

 

Referências e Notas Explicativas[+]

About the author

Sou fotógrafo, moro em São Paulo e já estive em 16 países. O Viver a Viagem é meu projeto pessoal e vai além de dicas triviais; quero proporcionar uma imersão cultural e ajudar você a viajar com um olhar diferente.